O clima mais seco do inverno afeta diretamente a mucosa dos olhos e a sensação de ardor e coceira é muito comum nesta época do ano. Apesar do instinto e da vontade, coçar os olhos não é uma opção, afirma a oftalmologista Cláudia Benetti, do Centro de Cirurgia Oftalmológica, de Campinas.
De acordo com a doutora, o ato de coçar os olhos pode prejudica-los de diversas maneiras. "Como em qualquer parte do corpo, quanto mais coçamos, mais vontade de coçar nós temos. Os olhos, porém, são muito frágeis e esfregar pode ter consequências mais graves como deformação da córnea", alerta a oftalmologista.
Apesar de os diagnósticos serem quase sempre os mesmos: um quadro alérgico ou ressecamento, os tratamentos variam muito. Olhos vermelhos, lacrimejamento excessivo, vermelhidão, irritação, sensação de areia, inchaço das pálpebras, ardência e queimação são alguns dos sintomas mais comuns. "O tempo seco e a fumaça e poeira desta época do ano irritam bastante os olhos mais sensíveis. É quase instintivo levarmos as mãos aos olhos, porém, nossas mãos quase sempre estão sujas e coçar mais prejudica do que ajuda. O ideal é procurar um especialista para prescrever o lubrificante ocular mais indicado", explica.
Para Cláudia, o quadro mais grave da coceira é o desenvolvimento do ceratocone, quando o tecido transparente que cobre o olho afina e se projeta para fora em forma de cone. "O ceratocone compromete a visão e o tratamento é bem delicado. Quando o paciente insiste em coçar a região podem acontecer machucados e deformação da córnea. Por isso a insistência em não coçar", alerta.
Dra. Cláudia Benetti
Formada pela PUC-Campinas, especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), pós-graduada em Medicina Chinesa e Acupuntura pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e pós-graduada em Medicina Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein.